A linguagem corporal é o que você diz com a sua postura, com as suas expressões, com os seus gestos… enfim, é tudo aquilo que você diz sem dizer.
Ela costuma ser não intencional e até inconsciente, podendo revelar muito sobre o que sentimos.
A linguagem corporal é o que mais influencia a nossa comunicação. Portanto, se você quer se comunicar bem, precisa entender sobre esse assunto.
E se você quer entender sobre esse assunto, precisa ler este texto que preparamos para você! 😉
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O que é linguagem corporal
Linguagem corporal é o elemento da comunicação que ajuda a revelar nossos sentimentos e emoções durante uma conversa ou situação.
São expressões faciais, posturas e gestos que, somados ao tom de voz e velocidade da fala, constituem 93% do que entendemos em uma comunicação, ficando apenas os outros 7% a cargo das palavras utilizadas.
Esse é o resultado de um estudo feito pelo professor Albert Mehrabian, que revelou que 55% da nossa comunicação é baseada na linguagem corporal, 38% no tom e ritmo da voz e apenas 7% nas palavras propriamente ditas.
Apesar dessa estatística não ser válida para todos os contextos, pois o estudo levou em conta comunicações envolvendo sentimentos e ações, ela já deixa uma boa pista do quanto a linguagem corporal é importante para que as mensagens sejam transmitidas e entendidas com sucesso.
Qual a importância da linguagem corporal?
A linguagem corporal tem papel fundamental na interpretação que as pessoas fazem umas das outras.
Por meio dela, é possível perceber se alguém demostra ser confiável e se tem características de autoconfiança, segurança, determinação, ou se demonstra insegurança e indisposição, por exemplo.
É possível, ainda, identificar entusiasmo ou desânimo, e tudo isso contribui para afastar ou atrair as pessoas e para ajudá-las a perceber umas às outras, e a entender como se sentem e como reagem a determinados contextos.
Porém, é preciso ter muito cuidado para fazer tais interpretações, especialmente porque, ao perceber a linguagem corporal, nós podemos até ter uma pista sobre como a pessoa está se sentindo – mas não temos como saber o motivo. Então, sem julgamentos!
Um grande estudioso dessa área, o especialista em microexpressões Paul Ekman (o psicólogo por trás da série Lie to Me e do filme Divertida Mente), aborda justamente essa questão em seu livro A Linguagem das Emoções.
Ekman faz uma analogia com o erro de Otelo: na peça de Shakespeare, Otelo mata sua mulher, Desdêmona, porque acredita que o medo que ela está expressando é o medo de uma mulher infiel, que tem sua traição descoberta.
Ele não pensa que o medo dela pode ser o medo de alguém que sabe que pode morrer. Ou seja, ele não errou na identificação do sentimento, mas julgou conhecer a causa do mesmo.
O conselho que o cientista dá para evitar o erro de Otelo é resistirmos à tentação de pular para a conclusão e buscarmos considerar motivos alternativos para a exposição da emoção em questão.
Isso significa que, ao identificarmos que a pessoa está demonstrando uma linguagem corporal que não condiz com o que está sendo dito, ou que expresse determinado sentimento, o ideal é que tentemos entender o que está acontecendo por meio de um diálogo honesto (e sem julgamentos).
Se não houver abertura ou se não for o caso, pode-se considerar a remarcação da reunião, por exemplo, ou formas alternativas de lidar com a situação, mas tendo em mente que o que podemos conhecer é a emoção, e nunca a razão – a menos que a própria pessoa a exponha para nós.
A linguagem corporal no trabalho
A linguagem corporal ganha bastante destaque no trabalho porque, como vimos acima, ela exerce influência sobre a forma como os outros nos veem.
Mas, além disso, ela também tem impacto sobre a forma como nós mesmos nos vemos, de acordo com a psicóloga social Amy Cuddy.
Por isso, procurar adotar conscientemente uma linguagem corporal positiva no trabalho pode ajudar a causar uma boa impressão e a passar uma sensação de confiança e segurança.
Isso é muito útil para evoluir na carreira e conquistar novas oportunidades.
Outro aspecto muito positivo é que, ao trazer mais consciência para esse assunto, torna-se mais fácil perceber a linguagem corporal das outras pessoas com as quais você se relaciona.
Assim, você pode praticar a empatia ao perceber que algo não vai bem e ao procurar estimular diálogos sinceros e relações saudáveis. Isso é especialmente importante se você for líder e quiser conhecer e conduzir sua equipe da melhor forma possível.
Tipos de linguagem corporal
De uma forma geral, podemos considerar que a linguagem corporal se divide em dois tipos principais: linguagem corporal positiva e linguagem corporal negativa.
Vamos ver cada um desses tipos com mais detalhes a seguir:
Linguagem corporal positiva
A linguagem corporal positiva é aquela que revela autoconfiança, entusiasmo, segurança, enfim, é aquela que pode contribuir muito para destacar alguém no ambiente de trabalho.
Alguns sinais ajudam a formar uma linguagem corporal positiva, demonstrando firmeza e confiança, como:
- Manter uma postura ereta ao andar;
- Ter um aperto de mão firme;
- Ter movimentos ágeis;
- Manter as mãos ao lado do corpo, como um sinal de neutralidade;
- Respirar profundamente;
- Manter contato visual;
- Falar com tom de voz e ritmo adequado;
- Fazer gestos com as mãos sem exageros, mantendo-as abertas e com as palmas para cima, demonstrando vontade de compartilhar ideias, abertura e sinceridade;
- Demonstrar interesse quando alguém está falando, inclinando o corpo em direção à pessoa.
Linguagem corporal negativa
Ao contrário da linguagem corporal positiva, a linguagem corporal negativa é aquela que pode passar o ar de incerteza, insatisfação, insegurança, timidez, rejeição, entre outros aspectos que podem dificultar a construção de um relacionamento, a manutenção da confiança e, até mesmo, o desenvolvimento profissional.
Entre os principais sinais da linguagem corporal negativa, destacam-se:
- Levar a mão ou objetos à boca, o pode indicar que se está faltando com a verdade;
- Contrair os lábios, o que pode sinalizar que a pessoa não quer responder algo ou está evitando dizer o que pensa;
- Olhar sem foco, o que pode indicar confusão, insegurança, ou até mesmo desprezo e irritação;
- Franzir a testa, o que pode sinalizar nervosismo, tensão ou dúvida;
- Cruzar os braços, o que pode representar uma barreira física, indicando rejeição ou irritabilidade;
- Colocar as mãos na cintura, o que pode indicar impaciência ou agressividade.
Claro que uma linguagem corporal positiva pode ajudar a construir relacionamentos interpessoais muito mais sinceros e saudáveis, além de contribuir para resultados melhores.
Mas, como ter uma boa linguagem corporal? Vamos falar sobre isso no próximo tópico!
Como ter uma boa linguagem corporal e usá-la a seu favor no trabalho
Existem algumas atitudes que podem te ajudar a desenvolver uma boa linguagem corporal e, assim, ter mais condições de alcançar os resultados que deseja no trabalho.
Veja abaixo quais são e comece a praticá-las no seu dia a dia a partir de agora!
Atente-se ao contexto
Para falar, o contexto envolve os costumes e regras locais, a forma como as pessoas se comportam, como se expressam e como interagem umas com as outras. Atente-se a isso e adeque-se da melhor forma possível.
Para observar, também é importante levar em conta a situação como um todo, pois o contexto pode ser de um nível mais alto de estresse, o que pode levar a pessoa naturalmente a ter expressões que, em outros momentos, poderiam ser consideradas “negativas”, mas que são totalmente admissíveis em determinadas situações.
Use o tom de voz e o ritmo adequado
O tom de voz é muito importante para a comunicação, podendo transmitir desde agressividade, quando é muito elevado, até passividade ou insegurança, quando é muito baixo. Por isso, o ideal é encontrar o tom de voz mais adequado ao contexto e que ajude a passar a mensagem de forma clara, firme e assertiva.
O mesmo acontece com o ritmo da fala. Se for muito acelerado, pode indicar nervosismo. Se for muito lento, pode passar o ar de insegurança ou falta de foco, além de soar como desestimulador para quem está ouvindo.
Mantenha contato visual
Olhar nos olhos da pessoa com quem se está falando ajuda a criar uma conexão verdadeira e a deixá-la à vontade na sua presença.
Porém, deve haver um equilíbrio, pois se o olhar for muito intenso pode soar como ameaçador ou constrangedor.
A falta do olhar, por outro lado, pode indicar insegurança, desinteresse, tédio ou, ainda, que o que está sendo dito não é verdadeiro.
Relaxe os ombros
Costumamos contrair os ombros quando estamos nos sentindo tensos ou inseguros. Por isso, para expressarmos em nossa linguagem corporal que estamos seguros e confiantes, precisamos relaxar os ombros.
Se, por acaso, você estiver inserido em um contexto em que não consegue fazer esse relaxamento, procure um lugar tranquilo para respirar profundamente e fazer alguns alongamentos, até que consiga relaxar os ombros.
Sorria
Sabe aquela frase que diz que rir é o melhor remédio? Então, na linguagem corporal não seria diferente.
Um sorriso honesto e sem exageros é peça-chave para aproximar as pessoas, quebrar o gelo e criar um clima leve, independentemente do profissionalismo exigido.
Então, não economize sorrisos!
Esperamos que este texto ajude você a aumentar sua consciência sobre a impressão que pode causar aos outros e, assim, a desenvolver sua linguagem corporal e se comunicar de forma cada vez mais positiva!
Da mesma forma, esperamos que todas essas dicas o ajudem a captar as emoções das outras pessoas e estabelecer diálogos cada vez mais honestos e baseados na empatia.
Lembre-se que a linguagem corporal é um complemento da linguagem verbal, e deve ser utilizada para se expressar com sinceridade a autenticidade, além de auxiliar a entender profundamente o que os outros têm a dizer, mas sem criar suposições ou fazer julgamentos!
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