O planejamento estratégico é um processo que permite às empresas o entendimento completo de quem são, onde estão, aonde querem chegar, o que precisam fazer para chegar lá e o que não é negociável pelo caminho, ou seja, de quais valores a empresa não abre mão.

Sim, nós estamos falando de identidade organizacional, de missão, visão, valores, análise de cenário e definição de objetivos estratégicos!

Tudo isso faz parte do planejamento estratégico, que pode ser iniciado a partir das respostas a três perguntas básicas: Onde a empresa está? Aonde quer chegar? Como?

Apesar desse planejamento geralmente ser mais voltado ao longo prazo, ele deve ser revisado periodicamente, afinal, objetivos e estratégias traçados a dois ou três anos atrás podem ter se tornados obsoletos nos dias de hoje.

O planejamento estratégico se cascateia em planejamentos menores, mais específicos e referentes a um período de tempo mais curto: são os planejamentos tático e operacional, sobre os quais falaremos adiante.

Por ora, é importante saber que esses três planejamentos são complementares entre si e fundamentais para o direcionamento da organização, rumo aos seus objetivos.

Os benefícios de um planejamento adequado não se restringem apenas à definição e cumprimento de objetivos: uma estratégia correta cria clareza, alinhamento e compartilhamento de compromisso, para preparar o futuro da empresa.

Os objetivos de longo prazo a serem alcançados, de fato, abrem caminho para a obtenção de benefícios para todos os stakeholders (acionistas, colaboradores, clientes, parceiros, etc.).

Acompanhe-nos nessa leitura e saiba mais sobre planejamento estratégico, tático e operacional, entendendo suas diferenças e forma como se inter-relacionam.

 

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Por onde começar o planejamento estratégico

O primeiro grande passo no planejamento estratégico é o desenho da identidade organizacional. Algumas perguntas podem ajudar nessa definição, como:

  • Por que a empresa existe, qual é a sua missão, o seu propósito?
  • Qual é a sua direção, a sua visão?
  • Quais valores direcionam o dia a dia organizacional, quais valores dos quais a empresa não abre mão?

Essa etapa do planejamento estratégico corre o risco de ser subestimada por alguns gestores. Porém, é muito importante que ela seja bem definida, porque servirá como um alicerce para as metas e objetivos definidos nas próximas etapas (estratégica, tática e operacional), além de influenciar todas as atitudes da empresa em curto e longo prazo.

O planejamento estratégico é o processo de decidir sobre os objetivos da organização, sobre as mudanças necessárias, sobre os recursos que serão utilizados, entre vários outros aspectos importantes.

Para garantir o cumprimento integral dos objetivos traçados na fase de planejamento estratégico, é necessário ampliar a perspectiva e incluir a mensuração de outros fatores de sustentabilidade do negócio, tais como: impacto ambiental, relacionamento com fornecedores e clientes, o clima empresarial e o respeito pelos direitos dos trabalhadores, além da presença de uma governança transparente.

 

Em resumo, as empresas precisam definir melhor sua posição competitiva de negócios para ter retornos estáveis ao longo do tempo. E, para isso, é bom adicionar outros objetivos à lista, como:

  • Criar valor compartilhado com todas as partes interessadas de forma duradoura;
  • Medir as decisões de negócios analisando todos os impactos (econômicos, sociais e outros);
  • Conscientizar as partes interessadas sobre os impactos das decisões de negócios.

Partindo do pressuposto de que todo negócio é caracterizado por peculiaridades que necessariamente devem ser medidas e compreendidas, ainda podemos identificar alguns traços comuns que podem ser o ponto de partida para a evolução das atividades de planejamento estratégico e suas fases. Aqui estão alguns deles:

 

Conhecer seus clientes e demais stakeholders

De forma geral, podemos dizer que qualquer objetivo e/ou ação definido no planejamento estratégico deve ter como foco a razão de ser da sua empresa, ou seja, os seus clientes.

No entanto, não é só com os clientes que são impactados pelas operações da sua empresa. Por isso, é preciso entender também a percepção dos demais stakeholders, como os fornecedores e os próprios colaboradores.

Isso implica na elaboração de ferramentas e procedimentos para mapear integralmente quem são seus principais stakeholders.

Posteriormente, é preciso estabelecer com eles uma relação transparente e honesta para a coleta sistemática de informações de “desempenho”. Além disso, devem ser montados sistemas para verificar a competitividade da proposta de valor, a satisfação do cliente, a qualidade do relacionamento com fornecedores estratégicos e o clima da empresa.

 

Integrar indicadores

Outra etapa importante é ampliar (ou integrar) os indicadores de desempenho dos gestores responsáveis pela aplicação de estratégias e cumprimento de objetivos, além do desempenho, também, dos colaboradores em geral.

Por exemplo, podem ser incluídos o nível de retenção de clientes, a volatilidade e fidelidade dos distribuidores, a qualidade do serviço prestado por parceiros estratégicos, além de dados internos, como atendimento ao cliente, vendas e assistência técnica.

 

Diferenças entre planejamentos estratégico, tático e operacional

Para que o planejamento estratégico seja bem completo, amplo e condizente com a realidade de cada área da empresa, ele precisa ser desmembrado em outros dois tipos de planejamento: o tático e o operacional.

A seguir, explicaremos de forma mais detalhada qual é o sentido de cada um deles:

 

Planejamento estratégico

O planejamento estratégico consiste na análise da situação atual da empresa e na projeção para o futuro, a partir da definição dos objetivos estratégicos, tendo como base a missão, a visão e os valores organizacionais.

A elaboração do planejamento estratégico costuma ser responsabilidade da alta liderança da empresa. No entanto, colaboradores e/ou gestores (dependendo principalmente do tamanho da organização) costumam participar das discussões, a fim de se chegar a uma definição final que contemple uma visão ampla do negócio e que seja realmente envolvente.

De forma geral, os objetivos traçados aqui costumam ser de longo prazo, atingindo períodos de 5 a 10 anos, por exemplo. Justamente por isso se faz necessária uma revisão constante e uma readaptação sempre que houver necessidade.

Afinal, com a velocidade com que as mudanças estão acontecendo, o planejamento estratégico não pode ser algo rígido, engessado.

Ele deve servir muito mais como um GPS, que recalcula a rota sempre que algo está retardando a jornada, ou que uma nova – e melhor – opção de caminho tenha sido encontrada.

 

Planejamento tático

O planejamento tático é o desmembramento do planejamento estratégico para cada área da organização.

Ou seja, após a definição dos objetivos gerais, cada setor define seus próprios objetivos, que, se atingidos, terão impacto direto nos resultados esperados pela organização.

Assim, considerando a missão do setor em questão e as entregas que lhe dizem respeito, é possível direcionar os esforços para os macro-objetivos.

Os prazos do planejamento tático costumam ser menores do que os do planejamento estratégico, sendo geralmente de 1 a 3 anos. A responsabilidade da elaboração e do acompanhamento das metas fica a cargo da média liderança.

 

Planejamento operacional

O planejamento operacional, por sua vez, é o desdobramento do planejamento tático. Neste nível são elaborados planos de ação bem detalhados, especificando quais ações serão tomadas, quem são os responsáveis por cada uma delas, em quanto tempo deverão ser concluídas e como exatamente serão realizadas.

Esse planejamento é fundamental porque orienta a atuação das equipes no dia a dia, impedindo-as de se perderem em meio às demandas e urgências rotineiras.

Por isso, o prazo de execução é bem menor, geralmente de três a seis meses, o que ajuda a manter o foco no que realmente importa e a impedir que desvios de rota, se porventura aconteçam, não durem por muito tempo.

A responsabilidade da elaboração e acompanhamento desse planejamento costuma ser dos líderes de equipe ou dos próprios colaboradores em algumas situações.

É realmente como se fosse uma cascata. Para que o planejamento estratégico seja colocado em prática, ele precisa ser dividido em partes menores e mais específicas à realidade de cada setor, de cada equipe e de cada colaborador.

Assim, todas as ações tomadas na empresa, das mais impactantes até as mais rotineiras, estão alinhadas e direcionadas para os mesmos objetivos globais.

 

 

Mas, afinal, como fazer um planejamento estratégico?

Para fazer um bom planejamento estratégico, você pode seguir alguns passos essenciais:

 

Diagnóstico

Nesta etapa, é preciso analisar o cenário da empresa, sua situação atual. Para isso, é preciso identificar suas forças e fraquezas, além de quais fatores externos à organização podem representar oportunidades que podem ser aproveitadas e ameaças que devem ser monitoradas e evitadas.

Ou seja, como você provavelmente esteja pensando, este é o momento de fazer a Análise SWOT!

Uma boa prática para o levantamento dessas informações é envolver colaboradores de diferentes setores e níveis hierárquicos, assim os insights gerados serão bem amplos e fidedignos à realidade.

 

Identidade organizacional e diretrizes

Esta é a hora de definir e/ou revisar aquilo que compõe a identidade cultural e serve de diretriz para a forma de atuação no dia a dia: missão, visão e valores!

É fundamental que esses elementos não sejam apenas bonitos quadros na parede, mas que os colaboradores conheçam, entendam, sintam e vivenciem tudo isso na prática!

Por essa razão a revisão é tão importante. Muitas vezes tais definições acontecem no nascimento da empresa e acabam caindo no esquecimento ou não condizem mais com a dinâmica do negócio.

 

Objetivos, metas e indicadores

Este é momento de definir os objetivos estratégicos da organização. Tais objetivos costumam ser mais abrangentes e de longo prazo.

Para cada objetivo estratégico são traçadas metas que devem ser atingidas para garantir que os objetivos se concretizarão.

Para cada meta, são definidos indicadores que irão auxiliar na mensuração do andamento das mesmas, para que seja possível saber, antes do prazo final, se haverá necessidade de reajuste de tempo e/ou ações a serem tomadas.

 

Plano de ação

Nesta etapa são desenhadas as ações que contribuirão para que as metas e os objetivos sejam efetivamente alcançados.

Como estamos falando sobre planejamento estratégico, as ações definidas aqui têm caráter mais amplo, genérico e de longo prazo.

Afinal, como vimos anteriormente, quando o planejamento for cascateado para os níveis tático e operacional, serão estruturados planos de ação muito mais específicos e detalhados.

 

Mensuração dos resultados

A última etapa do planejamento estratégico é uma etapa constante. Ou seja, periodicamente, é preciso que aconteçam reuniões dentro e entre áreas para que os resultados sejam analisados.

É importante que haja flexibilidade para alterar o que for preciso, sejam as ações definidas, sejam as próprias metas e objetivos. Além disso, a Análise SWOT também precisa ser revisada com frequência.

É fundamental que o planejamento estratégico acompanhe as transformações da empresa, do mercado e da sociedade.

Um planejamento estratégico, em suma, é a base para que uma empresa saiba aonde quer chegar, e o que deve fazer para conseguir chegar lá.

Que tal começar o planejamento estratégico da sua empresa agora mesmo?