O absenteísmo é um dos indicadores mais importantes do RH, pois tem impacto direto sobre a produtividade do time, cumprimento de prazos, clima organizacional, além da satisfação dos colaboradores e, é claro, dos clientes.

Ele diz respeito às ausências no trabalho, englobando faltas, atrasos e saídas antecipadas.

Claro que é normal que os colaboradores precisem se ausentar de vez em quando, e isso não tem problema nenhum. O problema é quando as ausências são recorrentes, elevando o índice de absenteísmo e ocasionando todos os transtornos que citamos no início do texto.

Saiba mais sobre o que é absenteísmo, os impactos que ele causa na empresa e o que pode ser feito para reduzi-lo, continuando a leitura.

Conteúdo da página

O que é absenteísmo

Absenteísmo pode ser definido como o “hábito de se ausentar com frequência, de não comparecer”, de acordo com o Dicionário Online de Português.

Trazendo para o mundo corporativo, o absenteísmo diz respeito à quantificação de todos os momentos em que os colaboradores se ausentaram do trabalho, deixando de cumprir a carga horária estipulada.

Em poucas palavras, é a soma de todos os momentos em que os profissionais deveriam estar trabalhando, e não estavam.

Como dissemos na introdução, são considerados absenteísmo todos os atrasos, saídas antecipadas e faltas. Vale ressaltar que as férias não são consideradas absenteísmo, porque são um direito que o trabalhador tem.

O RH deve se manter extremamente atento ao índice de absenteísmo, porque ele pode revelar tanto problemas pessoais de um colaborador, como doenças ou questões familiares, quanto problemas organizacionais que precisam ser imediatamente tratados.

Entre esses problemas podem estar questões relativamente mais fáceis de serem identificadas, como um clima organizacional pesado, sobrecarga, dificuldade no relacionamento interpessoal ou entre líderes e liderados, etc.

Mas podem estar também algumas questões tão importantes quanto essas, que dificilmente viriam à tona sem uma investigação adequada a respeito do absenteísmo. É o caso, por exemplo, de situações de assédio moral ou sexual, bullying, discriminação de classe ou raça, entre outros.

Ou seja, é muito importante que, ao tentar tratar o absenteísmo, a empresa faça primeiramente uma autoavaliação e busque enxergar as formas pelas quais ela mesma está contribuindo para a ausência dos colaboradores.

O RH assume um papel central nessa jornada, pois precisa encontrar maneiras de auxiliar os profissionais que estão passando por desafios pessoais, criar estratégias para solucionar os problemas organizacionais levantados e, por fim, tomar medidas mais enfáticas com aqueles trabalhadores que se ausentam por simplesmente não estar levando o trabalho a sério – o que é menos comum, mas, infelizmente, pode acontecer.

 

Quais são os tipos de absenteísmo?

Abaixo, você poderá conferir quais são os principais tipos de absenteísmo.

 

Absenteísmo justificado

O absenteísmo justificado diz respeito às faltas justificadas, ou seja, são aquelas situações em que o profissional tem o direito de se ausentar do trabalho, desde que tenha um documento comprobatório e que, de preferência, avise a empresa sobre sua falta com antecedência.

Essa antecedência permite que a equipe se reorganize para as entregas em questão, evitando que algumas pessoas se prejudiquem ou se sobrecarreguem devido à ausência de um colega.

Os principais exemplos de absenteísmo justificado são consultas médicas ou licenças de saúde ou maternidade.

 

Absenteísmo injustificado

O absenteísmo injustificado, por sua vez, é aquele em que o profissional não informa o motivo da sua ausência para a empresa e não tem a permissão da mesma para se ausentar.

Aqui se incluem casos de imprevistos que, é claro, acontecem e precisam ser relevados. No entanto, além dos imprevistos, muitos outros fatores podem estar escondidos por trás de uma ausência e é nisso que a empresa precisa se atentar.

Insatisfação com o ambiente de trabalho, falta de motivação, sensação de estagnação na carreira, falta de desafios, conflitos com pares ou superiores… tudo isso pode estar afetando psicologicamente o colaborador e contribuindo para os seus atrasos, para suas saídas antecipadas ou para as suas faltas.

Presenteísmo

A grosso modo, podemos dizer que presenteísmo é o que acontece quando o colaborador está fisicamente presente no trabalho, mas sua mente não está lá.

Isso pode acontecer por inúmeros motivos, inclusive problemas pessoais e estresse.

Quando o profissional se encontra nessa situação, ele apresenta um desempenho abaixo do esperado, o que leva a uma redução na sua produtividade e na qualidade das suas entregas.

Mais uma vez, é preciso do olhar atento do RH para identificar esses casos – que não são tão aparentes quanto o absenteísmo “normal” – e buscar formas de ajudar o colaborador que está passando por um momento difícil.

 

Como o absenteísmo pode prejudicar a empresa?

Como o absenteísmo diz respeito às faltas recorrentes, ele acaba afetando em cheio a produtividade da empresa.

Quando um colaborador está ausente, os que estão presentes precisam trabalhar em dobro para dar conta das entregas, o que vai gerando sobrecarga e, consequentemente, insatisfação.

A insatisfação e toda essa situação que, possivelmente, torna o dia a dia mais estressante, acabam abalando o clima organizacional.

Um clima organizacional abalado é o estopim para uma queda geral de produtividade e de qualidade.

A queda de produtividade dificulta o cumprimento de prazos e a queda de qualidade gera insatisfação ao consumidor.

Quando o consumidor fica insatisfeito com a qualidade inferior do produto ou serviço e com a falta de adesão ao prazo estabelecido, dificilmente ele voltará a fazer negócio com essa empresa – ah, e ele ainda pode contar para as pessoas do seu convívio sobre a péssima experiência que teve, e elas provavelmente também evitarão fazer negócios com a organização.

Qual é o resultado de tudo isso? Dificuldade de atração e retenção de clientes, baixa lucratividade, baixa produtividade, gastos com processos de desligamento, recrutamento e seleção… e muita confusão e insatisfação interna!
Imagine, então, se aquele primeiro colaborador que costumava faltar já estava faltando devido ao descontentamento gerado por problemas organizacionais.

Provavelmente não era só ele que se incomodava com tais problemas, mas a reação dele foi essa. Os outros colaboradores, em maior ou menor grau, também deviam se incomodar com as mesmas questões – e agora precisam lidar com outro incômodo, que é a sobrecarga gerada pelo absenteísmo.

Ou seja, se esse indicador não for acompanhado de perto e, obviamente, diagnosticado e tratado em tempo, a tendência é que ele se torne uma grande bola de neve que vai trazer só prejuízo para todos os envolvidos.

Afinal, ninguém gosta de trabalhar em uma empresa cheia de problemas, ninguém gosta de comprar algo com atraso ou qualidade inferior ao que deveria ter, e nenhuma empresa gosta de reduzir produtividade e lucratividade!
Então, é preciso se atentar ao que pode causar o absenteísmo e encontrar maneiras de reduzi-lo!

 

O que pode causar o absenteísmo?

O absenteísmo pode ser causado por inúmeros motivos. Podem ser questões pessoais do colaborador, como doenças ou problemas na família, podem ser fatores relacionados ao desgaste psicológico gerado por problemas estruturais da organização, podem ser doenças ocupacionais, entre vários outros. Separamos abaixo os motivos que mais se destacam.

 

Problemas de saúde

Exames de rotina e consultas médicas podem ocorrer de forma ocasional. No entanto, o que precisa ser investigado é o real motivo dessas consultas.

Saber essa informação é importante para identificar doenças que possam ser causadas pelo trabalho, seja pelo esforço repetitivo ou o excesso de estresse, por exemplo, como veremos a seguir.

 

Alto nível de estresse

O alto nível de estresse é, na verdade, uma das principais causas de absenteísmo. O estresse pode ajudar a reduzir a imunidade do corpo e, com isso, “abrir o caminho” para outras doenças.

 

Baixa motivação

A baixa motivação de um profissional pode estar relacionada a vários fatores da própria organização, como a ausência de um plano de carreira e, consequentemente, de perspectiva de crescimento, ou ainda pela falta de feedbacks, por problemas de relacionamento interpessoal, dificuldades com a liderança, falta de propósito e, ainda, um clima organizacional pesado e disfuncional.

 

Clima organizacional disfuncional

O clima organizacional é o modo como as pessoas percebem e vivenciam o ambiente de trabalho, o que impacta fortemente a forma como se comportam.

Quando o clima é disfuncional, com conflitos exagerados e improdutivos, o ambiente tende a se tornar tóxico e isso mina a capacidade produtiva dos profissionais – e a sua vontade de fazer parte desse contexto, o que, por sua vez, gera faltas e atrasos.

Por isso, é preciso monitorar constantemente o clima e criar estratégias para mantê-lo sempre saudável, positivo e produtivo!

 

Problemas relacionados à cultura organizacional

A cultura é o jeito de ser da organização, é o modo como as coisas acontecem por lá. É algo que está enraizado nas pessoas e que, para o bem ou para o mal, direciona sua forma de agir.

Ou seja, se comportamentos inadequados, como faltas, saídas antecipadas e atrasos recorrentes são tolerados e fazem parte da “cultura”, o absenteísmo vai se tornar um ciclo sem fim.

Da mesma forma, se a cultura ajuda a criar um ambiente altamente competitivo ou se não valoriza o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, por exemplo, os funcionários irão se esgotar rapidamente, e isso irá se refletir na quantidade de ausências.

 

Absenteísmo: como calcular?

Existe uma fórmula que pode ser utilizada de forma simples para realizar o cálculo do absenteísmo. Confira abaixo:

  • (Total de profissionais x total de faltas e atrasos) / (total de profissionais x total de dias trabalhados).

 

Qual o índice aceitável de absenteísmo?

Dependendo do resultado da fórmula apresentada acima, será possível analisar o índice de absenteísmo da empresa.

De forma geral, acredita-se que um índice aceitável de absenteísmo gire em torno de 4%.

Se o resultado da sua empresa for superior a isso, é preciso ficar atento e procurar descobrir as causas o mais rápido possível, além, é claro, de encontrar maneiras de solucioná-las.

 

Como diminuir o absenteísmo?

Sabendo da importância do conhecimento e análise do absenteísmo, é necessário entender também o que pode ser feito para diminuir esse índice.

  • O primeiro passo é fazer uma revisão da cultura organizacional. Ela está pregando os valores e comportamentos desejados? Uma cultura enfraquecida ou que, por algum motivo, não esteja direcionando os colaboradores da maneira adequada precisa ser imediatamente trabalhada.
  • Em seguida, pode-se realizar pesquisas de clima organizacional. Afinal, é preciso conhecer exatamente a percepção que os profissionais têm a respeito do ambiente de trabalho, englobando todos os aspectos relacionados a bem-estar, relacionamento com colegas e lideranças, satisfação com o trabalho propriamente dito, estrutura física, condições laborais, e tudo que possa fazer a diferença para a satisfação do colaborador.
  • Ainda falando sobre avaliações, uma boa prática é incluir questões relacionadas à pontualidade e assiduidade na avaliação de desempenho, além de usá-la como instrumento para favorecer a evolução profissional do colaborador, aumento o engajamento deste com a empresa.

Esses primeiros passos são fundamentais para descobrir, tratar e reduzir o índice de absenteísmo, contribuindo para o aumento de produtividade da empresa, para melhoria nas entregas e para a retenção de talentos cada vez mais satisfeitos e engajados!