Tecnologias disruptivas são aquelas que interrompem o curso normal, perturbam o que já está estabelecido, enfim, causam uma ruptura nos padrões.
Estão associadas à inovação disruptiva, termo criado por Clayton Christensen, professor da Harvard Business School, para descrever um processo no qual players estabelecidos são “desafiados” por empresas que começam atendendo a clientes “negligenciados” (comumente de baixa renda), mas evoluem tanto no mercado que acabam conquistando, inclusive, seus clientes “tradicionais” – e é aí que acontece a ruptura.
Esse processo geralmente ocorre de acordo com as seguintes etapas:
- As grandes empresas já estabelecidas focam em melhorias incrementais, em inovações sustentadas, para deixar seus produtos bons ainda melhores. Com essa forma de atuação, elas visam atrair ou fidelizar seus clientes exigentes e rentáveis.
- Isso pode tonar o produto oferecido por tais empresas inacessíveis para potenciais clientes que tenham a renda mais baixa, por exemplo, ou pode fazer com que alguns nichos não tenham suas necessidades atendidas.
- Novos entrantes surgem no mercado para atingir esse público negligenciado. As grandes empresas podem nem prestar atenção nesse movimento, pois geralmente a qualidade do produto oferecido é, inicialmente, inferior, podendo ser considerado “bom o suficiente”.
- Os novos entrantes vão evoluindo, sofisticando sua oferta, e acabam atraindo os clientes tradicionais das empresas estabelecidas.
- Quando, então, esses clientes migram para os novos fornecedores, a ruptura acontece.
Para ficar mais claro o que é a tecnologia disruptiva, continue a leitura deste texto!
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O que é tecnologia disruptiva
Tecnologia disruptiva é aquela que tem potencial de impactar o mundo dos negócios por três motivos principais: consegue tornar um produto ou serviço mais barato e acessível; tem um modelo de negócios inovador, sobretudo por focar em não clientes e clientes de baixa renda; e é capaz de criar uma rede de alto valor, em que todos são beneficiados quando ela prospera.
De certa forma, podemos dizer que se trata de uma forma de democratização de produtos e serviços que, caso não houvesse a disrupção, seriam restritos a pessoas/empresas com habilidades ou renda muito elevadas.
Exemplos de tecnologias disruptivas que fazem parte da sua vida
Para deixar o conceito de tecnologias disruptivas bem claro, vamos a dois exemplos que certamente fazem parte do seu dia a dia:
Blockbuster/Netflix
Você deve estar acostumado a ver esse como um exemplo de disrupção. E realmente é. Fizemos questão de reforçá-lo aqui para ilustrar todas aquelas etapas que citamos no início do texto.
A Blockbuster não se preocupou com a entrada da Netflix no mercado porque ela não representava uma ameaça com a solução que oferecia inicialmente.
Afinal, os clientes da Blockbuster estavam interessados nos lançamentos mais recentes que podiam alugar de imediato nas lojas. As entregas de DVDs por correio, como era o serviço da Netflix, não despertava interesse neles, mas em outro tipo de público.
Ou seja, Blockbuster seguia com seus clientes, e a Netflix tinha os clientes dela (talvez os que tiveram seus interesses negligenciados pela empresa tradicional).
Até que a Netflix adota a tecnologia de streaming sob demanda…. e o resto da história você já sabe.
Xerox/Copiadoras pessoais
Em outro exemplo de disrupção, podemos citar o caso da Xerox que, ao dominar o mercado com a tecnologia de fotocópia, atendia grandes corporações e a um valor alto, para suprir o alto desempenho cobrado.
Clientes que não tinham tanto poder aquisitivo, como pequenas empresas, bibliotecas escolares, entre outros, faziam uso de papel carbono ou mimeógrafos.
Até que, no final da década de 70, surgiram as copiadoras pessoais, que caíram como uma luva para essas pequenas instituições e para uso pessoal, criando um novo mercado que, gradualmente, foi perturbando a posição da Xerox.
Agora que esse conceito já está claro, vamos ver mais exemplos de tecnologias disruptivas que fazem parte da sua vida e podem impactar o seu negócio.
Tecnologia disruptiva: exemplos
Antes de seguirmos para novos exemplos de tecnologias disruptivas, é importante reforçar que não é a tecnologia em si que faz a diferença, mas a forma como ela é aplicada.
Agora, confira as principais tecnologias às quais você deve se atentar no seu dia a dia profissional:
Inteligência artificial
A inteligência artificial pode ser usada de várias maneiras, sempre com o objetivo de tornar mais fácil a vida dos indivíduos.
Ela pode auxiliar no atendimento a clientes, por meio de chatbots, por exemplo, pode conduzir uma venda feita por e-commerce, pode facilitar o diagnóstico e a escolha do tratamento médico mais adequado, pode descobrir as preferências de um indivíduo, fazer análises e cruzar dados, e muito mais!
Outro exemplo muito prático de inteligência artificial é o uso de assistentes virtuais. Quando integrado a um sistema de gestão empresarial, por exemplo, as informações estratégicas ficam a uma pergunta de distância.
Isso porque, ao perguntar ao assistente, ninguém mais precisa perder tempo procurando respostas em consultas e relatórios! Vale lembrar que apenas uma solução do mercado tem assistente virtual nativo. Se você quiser saber mais sobre esse e outros diferenciais do ERP da Senior, recomendamos que leia este texto.
Internet das coisas
Podemos dizer que a internet das coisas trabalha para reduzir o gap entre o físico e o digital. Imagine vários sensores sendo interligados e gerando dados que podem ser analisados em tempo real, facilitando a tomada de decisão imediata.
Em uma indústria, por exemplo, a internet das coisas faz com que seja possível coletar e acessar dados do chão de fábrica em tempo real, criando uma ampla conexão entre gestão e produção, com a intervenção do Sistema MES.
A internet das coisas pode, ainda, fazer com que algumas máquinas operem sem intervenção humana, por meio de comandos da inteligência artificial.
Além disso, quando conectada ao ERP, a internet das coisas pode otimizar a gestão do estoque, anunciando a necessidade de reposição de matéria-prima.
De acordo com dados da Intel, o segmento que mais utiliza essa tecnologia é a indústria, mas ela está conquistando cada vez mais espaço nos serviços de saúde e, ainda em uma escala menor, no varejo.
Big Data e Data Analytics
O grande volume de dados coletado pelas empresas (big data) passou a ser melhor aproveitado com o analytics, que permite a análise de grandes quantidades de dados em tempo real.
Além disso, o analytcs também cria relações entre diferentes variações dessas informações, trazendo à tona insights que poderiam passar despercebidos e que têm o potencial de fazer toda a diferença para uma organização.
No caso das indústrias, essas tecnologias contribuem para a melhoria dos processos de produção, economia de energia e aumento de desempenho dos equipamentos e serviços.
Na gestão de pessoas, o People Analytics é utilizado pelo RH para coletar, organizar a analisar dados referentes ao comportamento dos colaboradores, geralmente com o auxílio de um sistema de gestão de pessoal.
O estudo de tais dados costuma acontecer principalmente com o intuito de identificar, solucionar ou prevenir gargalos e problemas organizacionais, dentre os quais se destacam a dificuldade de retenção de talentos, baixa produtividade, pouco engajamento, insatisfação dos clientes, entre outros.
Realidade virtual e aumentada
A realidade virtual pode ser uma grande aliada dos consumidores para a aquisição de produtos e serviços. Pode ser amplamente explorada por concessionárias de veículo, varejistas, arquitetos ou designers de interiores, por exemplo.
A realidade aumentada, por sua vez, permite que os colaboradores visualizem as informações necessárias para tomar as melhores decisões e otimizar o seu trabalho. Além disso, são poderosas ferramentas para a capacitação e desenvolvimento dos mesmos.
Computação em nuvem
Uma tecnologia já bastante familiar, mas muito importante. As empresas precisam cada vez mais integrar e compartilhar dados pela nuvem, cuja performance é otimizada pelo aumento da velocidade e capacidade de processamento.
Impressão 3D
A impressão em 3D está sendo utilizada para a fabricação de produtos customizados e protótipos, que, se fossem fabricados em uma “indústria padrão” seriam altamente custosos.
A sofisticação desse serviço é tanta que é possível a impressão desde itens que serão utilizados na construção civil, até tecidos orgânicos e próteses para uso medicinal.
Cabe um parêntese aqui para destacar que muitas das tecnologias disruptivas citadas acima fazem parte das 9 tecnologias principais que habilitam a Indústria 4.0. Como esses temas estão relacionados e são muito importantes, após terminar a leitura deste texto, recomendamos que você leia: Indústria 4.0: o que é e como se preparar.
Como as tecnologias disruptivas podem impactar a sua empresa?
Para você ter as tecnologias disruptivas como aliadas do seu negócio, é preciso ter algumas coisas em mente:
As tecnologias são inúmeras e não param de surgir.
Você não precisa implantar todas na sua empresa.
Isso significa você deve acompanhar a evolução das tecnologias, especialmente daquelas que são pertinentes ao seu negócio. Mas não implemente uma novidade tecnológica só por implementar, para estar “à frente”. Tome todas as decisões relacionadas a isso avaliando o valor adicional que cada nova solução pode agregar para o seu processo e/ou para o resultado final que chega no cliente.
Nem todos os novos entrantes serão “perturbadores”.
Se você tratar todos eles como “incêndios” que devem ser apagados, desperdiçará muitos recursos até perceber que isso é impossível.
Isso não significa que você deva ignorar os movimentos do mercado. Pelo contrário! Você deve sim estar atento ao que acontece. O que você precisa fazer é, digamos, escolher as suas batalhas.
Ou seja, deve acompanhar toda a movimentação – e aqui é importante frisar que a jornada de evolução dos novos entrantes, ou mesmo concorrentes estabelecidos, deve ser acompanhada, e não apenas a solução ou proposta inicial (para não acontecer, por exemplo, como no caso da Blockbuster e Netflix).
Assim, toda a movimentação deve ser acompanhada, mas você precisa saber identificar o que efetivamente pode vir a “perturbar” o seu negócio. E, aí sim, agir mirando tal alvo.
Cuidado com o lema “be disruptive, not disrupted”
Seguir o lema “seja disruptivo, não disruptado” pode fazer muitos empreendedores tomarem decisões precipitadas e equivocadas.
A principal lição dessa mensagem é que, na ânsia de querer se “disruptar”, as empresas acabam se desfazendo ou cometendo falhas graves em negócios que ainda eram consistentes e lucrativos.
Uma solução, resultado da pesquisa do próprio Clayton Christensen, é a criação de uma nova frente, uma nova divisão, praticamente uma nova empresa dentro da organização, que tenha o objetivo de “disruptar” o “negócio-mãe”. Christensen reforça a importância de manter essa nova empresa separada da empresa original.
Assim, enquanto uns pensam como novos entrantes e identificam quais segmentos poderiam atender, por que eles não estão sendo atendidos, como podem resolver esse problema, e outras questões que trouxemos no início do texto sobre o processo da inovação disruptiva; os outros continuariam focados na inovação sustentada, buscando formas de tornar ainda melhores suas boas soluções, atendendo aos enseios e expectativas dos clientes, etc.
Dessa forma, a empresa mantém “a roda girando”, continua gerando lucro com o que sabe fazer de melhor, enquanto não só se prepara, mas se antecipa, a possíveis disrupções de mercado.
Essas dicas te ajudaram? Nós podemos contribuir ainda mais para a gestão da sua empresa!
Várias tecnologias disruptivas citadas neste texto fazem parte das nossas soluções e, há mais de 29 anos, nós entregamos produtividade, inovação, otimização de custos, processos estruturados, controle e conformidade fiscal para nossos clientes.
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